Farol de Santa Marta recebe Encontro Ativista
Durante os dias 21, 22 e 23 de abril, no Farol de Santa Marta, em Santa Catarina, estiveram reunidos 12 representantes ativistas de ONGs atuantes no Estado vizinho e no RS
O encontro objetivou apresentar relatos dos acontecimentos e situações-limite vividas por diversas comunidades, onde os ativistas ambientalistas atuam e se tornam referência na luta em defesa da vida e da qualidade dos ambientes urbanos e rurais.
A abertura do evento ocorreu na manhã de sexta-feira (22/04), quando João Batista Andrade da ONG Rasga Mar falou sobre os impactos e ameaças do lugar, explicando que os avanços destinados a “melhorias” no turismo local, podem na verdade ampliar as agressões na paisagem e qualidade de vida dos habitantes nativos do Cabo do Farol de Santa Marta. Foram apresentadas imagens da realidade do ambiente natural e urbano que esta sendo descaracterizado pela ampliação de casas.
Os impactos do lançamento de esgotos na Prainha, além dos resíduos sólidos expostos de forma incorreta nas ruas do lugar são impactos visíveis, mas existem aqueles associados a idéia de aventura que acabam prejudicando a paisagem e colocando em risco sambaquis milenares que lá estão expostos a desenfreada invasão de dunas cobertas de registros arqueológicos.
As demandas dos ativistas presentes a este evento, de uma forma em geral, tiveram o mesmo destaque, existindo uma avaliação de que as agressões estão ocorrendo em nome de um progresso “ficcional” e que, em detrimento da qualidade de vida ambiental e das comunidades, está atropelando as leis e até mesmo ameaçando a vida de ambientalistas que estão no “front” das ações judiciais contra empreendimentos impactantes e que desconsideram a necessidade de legalidade e de precaução contra futuros danos, previstos pela “própria” legislação em vigor, mas flexibilizada por decisões políticas que colocam em risco a população.
Este enfoque, da realidade vivida pelas pessoas que militam em suas bases contra a agressão ambiental, foi apresentada por ativistas que trouxeram provas incontestáveis de crimes ambientais e sociais que estão ocorrendo, com conhecimento público, de autoridades e da mídia, mas que não surtem o efeito necessário para barrar estas agressões, pela “estratégia” de rotularem estas obras e investimentos de “interesse social”, quando em verdade, os interesses são meramente econômicos e exploratórios, sem considerarem os impactos na vida das populações circunvizinhas.
Em situações “diferentes” do habitual, os ativistas da ONG de Içará, conseguiram mobilizar as comunidades e segmentos representativos para manterem controle sobre a exploração de carvão, quando se uniram ativistas ambientalistas, produtores, comerciantes e cidadãos comuns que impediram a aprovação de leis que iriam prejudicar a comunidade de Içará, no sul de Santa Catarina.
A necessidade de criação de uma Rede informativa, comunicativa e de coalizão dos ativistas, também foi pautada no evento, que respaldou a continuidade dos encontros para que possam ampliar as ‘ações em rede’ que poderão dar voz aqueles que estão lutando contra verdadeiros “titãs” da economia e da política que estão avassalando ambientes naturais em troco de dinheiro e poder.
O evento, que teve a presença de ativistas da ONG Rasga Mar, Movimento Içarense pela Vida, ONG Os Verdes de Tapes, ONG Eco & Ação, Associação da Micro-Bacia de Volta Redonda, ONG Sócios da Natureza, RELIPLAM, Montanha Viva, MOSAL, AMECA, Associação de Pescadores Artesanais do Cabo de Santa Marta Grande e como convidadas as instituições da Polícia Ambiental de Laguna, na pessoa do Major Jefer Fernandes e da Chefe da APA da Baleia Franca, Maria Elisabeth Carvalho da Rocha, que representaram os órgãos estaduais e federais em Santa Catarina.
A necessidade de ampliação das informações do Mapa de Conflitos Ambientais, trabalho sendo realizado pelo ativista Tadeu dos Santos da ONG Sócios da Natureza, também foi abordada, sendo que durante os próximos dias, estará sendo enviada informações da realidade de diversas cidades de Santa Catarina, que na iminência de terem instalados empreendimentos altamente impactantes, estão se mobilizando para contrapor estes avanços que colocam em risco as comunidades catarinenses.
As deliberações e a Carta do evento, serão divulgadas para a Rede de Mídia ambiental e no Blog da Rede de Ativistas para ser mantido um canal de comunicação e informação destinada a agregar novos integrantes e ampliar a visibilidade das lutas locais e regionais que são realizadas nas entidades ativistas do RS, SC e PR.
O próximo encontro, que será decidido de forma virtual com os 12 fundadores da Rede de Ativistas, trará novas possibilidades de organização para a proteção não só do meio ambiente, mas também proteger aqueles que militam na preservação e conservação da natureza.
Fonte: REDE Os Verdes/Ong RasgaMar
Muito bom este encontro! É se organizando que vamos aos poucos enfrentando aqueles que só veem dinheiro pela frente ,e se esquece que na vida tem muito mais do que empreendimento imobiliário, ou faturamento.
ResponderExcluirEstou com vocês,uma abraço do amigo Roberto.
http://robertobassi.blogspot.com